Curso Acólitos

1 – A nossa paróquia
2 – O que é uma igreja
3 – O interior de uma igreja
4 – O que é um acólito
5 – O altar
6 – A cadeira presidencial e o ambão
7 – Ser acólito
8 – Gestos e atitudes na liturgia
9 – O acólito na primeira parte da Missa
10 – O acólito na segunda parte da Missa

Atividades

 

 


 

 

 

 

 

10 - O acólito na primeira parte da Missa

 

1. A segunda parte da Missa

Depois de termos falado do ministério do acólito na primeira parte da Missa, chegou o momento de falar desse mesmo ministério na segunda parte.

O que é a segunda parte da Missa? (ouvir primeiro algumas opiniões dos acólitos)... É a que vai desde o fim da oração dos fiéis até ao fim da própria Missa. Começa quando acaba a Liturgia da palavra, e termina quando a assembleia é despedida (pedir aos acólitos que o expliquem agora por palavras suas).

É fácil de perceber que a primeira parte da Missa se compõe de dois momentos (os Ritos iniciais e a Liturgia da palavra), e a segunda de outros dois: a Liturgia eucarística e os Ritos de conclusão. Deste modo, a Missa tem no princípio os Ritos iniciais e no fim os Ritos de conclusão, e entre estes dois ritos tem duas liturgias: a Liturgia da palavra na primeira parte, e a Liturgia eucarística na segunda.

Por várias razões a Liturgia eucarística e os Ritos de conclusão são muito diferentes. A Liturgia eucarística é longa, pois vai desde a preparação do altar até ao fim da Comunhão dos fiéis, demorando cerca de meia hora. É nela que o pão e o vinho primeiro se colocam no altar e depois se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. É também nela que todos dizemos o Pai-Nosso, nos saudamos uns aos outros com o abraço da paz e podemos receber a Comunhão. Não admira, por isso, que os serviços mais expressivos do ministério dos acólitos tenham lugar nesse momento.

Ao contrário, os Ritos de conclusão são muitíssimo breves. Duram, por vezes, apenas alguns instantes. Compõem-se de pequenos avisos de interesse para a comunidade local, feitos pelo presidente da celebração, e terminam com a bênção e a despedida da assembleia: Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.

 

2. Duas observações

Antes de continuar quero fazer-vos duas observações. A primeira diz respeito à vocação de acólito. Quando o vosso pároco ou uma catequista vos convidou para serdes acólitos, Jesus já vos tinha convidado a segui-l’O e a serdes seus discípulos e amigos. Quando aconteceu isso? Muitas vezes, mas de modo particular quando tomastes consciência de que éreis baptizados, ou quando começastes a conhecer melhor Jesus na catequese, ou quando fizestes a primeira Comunhão, ou quando falais com Deus na oração. Ser bom discípulo de Cristo é a coisa mais importante na vida de um baptizado. É bom que sejais óptimos acólitos, conscientes do vosso serviço litúrgico, assíduos à vossa assembleia, educados, disponíveis, asseados. Mas ainda é melhor que sejais bons discípulos de Cristo, muito seus amigos. Isso é que é o principal. Ser acólito é apenas um caminho para chegar a ser amigo de Jesus e membro vivo da vossa comunidade paroquial.

A segunda observação é acerca da celebração da Missa em que tomam parte vários acólitos. Diz o missal que, quando isso acontece, eles repartem entre si os serviços que pertencem a todos. Por exemplo: uns preparam o altar, outros ajudam o presidente a receber as ofertas dos fiéis, outros levam-lhe o pão e o vinho, outros acompanham os ministros que distribuem a Comunhão, etc. Mas, se alguma vez o encarregado dos acólitos ou o senhor padre não te escolher para qualquer serviço, lembra-te de que o mais importante é que sejas bom cristão, amigo de todos os outros acólitos e de Jesus.

 

3. Os serviços do acólito na Liturgia eucarística

A Liturgia eucarística tem quatro momentos importantes: a preparação do altar, a apresentação dos dons, a Oração eucarística e a Comunhão. Em cada um deles os acólitos devem fazer tudo e só o que lhes compete. Nem mais, nem menos. E o que é esse tudo e só? Vamo-lo aprender agora, partindo sempre da hipótese de que, na celebração de que estamos a falar, não está presente nenhum diácono.

a) A preparação do altar

Assim que termina a oração dos fiéis, três acólitos vão à credência e levam para o altar o corporal, o cálice e o sanguinho (com ou sem a pala) e o missal. Pode ser um outro acólito a entregar-lhes cada uma destas coisas. Os acólitos recebem-nas com ambas as mãos. Tanto o que as entrega como o que as recebe devem fazê-lo muito bem. Mas também pode ser cada acólito a tirar as coisas da credência. É bom ir variando a maneira de fazer.

A quem entregam eles essas coisas? Ao responsável dos acólitos, ou ao acólito que, nesse domingo, tiver sido encarregado de preparar o altar. Tal como cada um recebeu as coisas com ambas as mãos, também as entrega com ambas as mãos.

O responsável dos acólitos começa por desdobrar o corporal no meio do altar, e a seguir dispõe as outras coisas desta maneira: o sanguinho à direita do corporal, o cálice à direita do sanguinho, e o missal à esquerda do corporal. Se houver microfone, há que colocá-lo no lugar certo.

Enquanto os acólitos preparam o altar alguns fiéis, de entre os mais novos, recolhem as ofertas e trazem-nas, em procissão, até junto do altar, onde o presidente as recebe e entrega aos acólitos. Estes vão colocá-las em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.

b) A apresentação dos dons

Se o pão e o vinho destinados à Eucaristia são trazidos na procissão dos dons, o presidente recebe-os e entrega-os aos acólitos, que os seguram nas mãos e, depois, lhos entregam de novo, do modo que se vai explicar a seguir.

Se o pão e o vinho estiverem na credência, os acólitos levam-nos e entregam-nos ao presidente, por esta ordem: primeiro a patena e as píxides com o pão que vai ser consagrado, e a seguir o vinho e a água que o sacerdote deita e mistura no cálice. O acólito que traz o vinho e a água apresenta-os ao sacerdote no lado do altar.

Quer o pão e o vinho sejam trazidos da assembleia, quer venham da credência, é sempre e só o presidente que os recebe e os coloca no altar. Nenhum outro ministro o pode nem deve fazer.

Terminada a apresentação dos dons e no caso de se usar o incenso, um acólito apresenta o turíbulo ao presidente e o outro a naveta. Depois de o sacerdote pôr o incenso no turíbulo, o acólito entrega-lho e acompanha-o na incensação dos dons, da cruz e do altar. Quando termina a incensação, o acólito, ao lado do altar, incensa o sacerdote e, depois, o povo.

Após a incensação, o sacerdote vai ao lado do altar e os acólitos servem-lhe a água para ele lavar as mãos e apresentam-lhe a toalha para as limpar. Depois voltam a levar tudo para a credência.

c) A apresentação simplificada dos dons

Por vezes, o presidente da celebração vai para o altar logo que termina a oração dos fiéis. Nesse caso os acólitos procedem assim: um deles coloca o missal no altar; outro entrega o corporal ao presidente; outro a patena e as píxides com o pão; outro o cálice e o sanguinho. Por fim, aquele que traz as galhetas com o vinho e a água, aproxima-se do lado do altar e apresenta-as ao sacerdote para que ele prepare o cálice.

Assim que o sacerdote depõe o cálice no altar, os acólitos servem-lhe a água para ele lavar as mãos e apresentam-lhe a toalha para as limpar. A seguir repõem as lavandas na credência.

d) Os acólitos durante a Oração eucarística

A Oração eucarística é o coração da Missa. A participação mais activa e consciente nesta Oração consiste em responder ao diálogo inicial, em cantar o Sanctus, em estar de pé ou ajoelhar nos momentos próprios, em cantar a aclamação e, por fim, em cantar ou responder Amen.

Um dos acólitos, um pouco antes da consagração, pode chamar a atenção dos fiéis com um toque de campainha, que pode tocar-se também a cada elevação, e outro acólito, no caso de se usar o incenso, pode incensar a hóstia e o cálice ao serem mostrados depois da consagração.

e) Os acólitos durante a distribuição da Comunhão

Um pouco antes da Comunhão os fiéis são convidados a saudar-se mutuamente. Os acólitos saúdam-se também uns aos outros e alguns saúdam o presidente. Mas todos o devem fazer com sobriedade.

Durante a distribuição da Comunhão, cada ministro é acompanhado por um acólito, que leva uma bandeja. Se os fiéis comungam na mão, o acólito nada tem a fazer; se a Comunhão lhes é dada de outro modo, o acólito segura a bandeja por baixo da boca daquele que comunga.

Terminada a Comunhão, os acólitos voltam ao altar, trazendo as badejas com todo o cuidado e respeito, para que nada se perca do Corpo de Cristo que eventualmente nelas tenha caído. Não as colocam no altar, mas entregam-nas nas mãos dos ministros que vão realizar a purificação dos vasos sagrados. Depois da purificação, se esta se fez no altar os acólitos recebem as patenas e os outros vasos sagrados das mãos dos ministros e levam-nos para a credência; se foi feita na credência, como é preferível, o próprio ministro que purifica as bandeja as coloca na credência.

f) A oração depois da Comunhão

Terminada a purificação dos vasos sagrados, e após breves momentos de silêncio, o sacerdote diz Oremos. O acólito do livro apresenta-lhe imediatamente o missal aberto. No fim da oração, depois da Comunhão, o acólito fecha o missal e volta a colocá-lo no seu lugar.

 

4. Os ritos de conclusãoda Missa

Tal como no início da Missa houve uma procissão de entrada, assim há uma procissão de saída no final, com os mesmos ministros. Antes de lhe dar início, se o sacrário estiver no presbitério, todos fazem a genuflexão.

a) Procissão solene

A procissão organiza-se assim: à frente vai o acólito com o turíbulo, a seguir o acólito com a cruz processional, os acólitos dos círios que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos, nos castiçais, os outros acólitos que tomaram parte na celebração e, por fim, o presidente da celebração.

Ao chegar à sacristia, todos, juntamente com o presidente, fazem inclinação à cruz e depois saúdam igualmente o presidente ao mesmo tempo.

A seguir, todos depõem as coisas de que se serviram na celebração acabada de realizar. Os acólitos arrumam as vestes do sacerdote e, por fim, tiram e arrumam as suas.

Todos devem ter cuidado em guardar silêncio, numa atitude de comum recolhimento e de respeito para com a santidade da casa de Deus.

b) Procissão simples

Por vezes a saída é muito mais simples. Na procissão tomam parte apenas os acólitos e o presidente da celebração, que entram directamente na sacristia pela porta que a liga ao presbitério.

Antes da procissão, se o sacrário estiver no presbitério, todos começam por fazer genuflexão. Depois vão à frente os acólitos mais pequenos, seguidos dos maiores e, por fim, o presidente da celebração.

Ao chegar à sacristia, todos, juntamente com o presidente, fazem inclinação à cruz que deve existir na sacristia, e depois saúdam igualmente o presidente ao mesmo tempo.

A seguir, todos depõem as coisas de que se serviram na celebração acabada de realizar. Os acólitos arrumam as vestes do sacerdote e, por fim, tiram e arrumam as suas.

Todos devem ter cuidado em guardar silêncio.

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